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Dr. Sérgio dos Passos Ramos E é isto que fazemos diariamente em milhares de locais de atendimento, a maioria sem condições adequadas de funcionamento. É isto que fazemos diariamente mesmo recebendo remunerações cada vez mais aviltantes. Na questão dos transplantes é necessário fixar alguns pontos principais. Quem criou os transplantes foram os médicos e não a lei. Transplantes salvam vidas, e há milhares de pessoas esperando por este milagre da medicina. Em primeiro lugar ninguém precisa ter medo de que seus órgãos sejam retirados antes da comprovação da morte cerebral definitiva e irreversível. Neste ponto a lei é exigente e atende aos requisitos de máxima segurança. Por outro lado vem a questão da opção em vida do doador salvo manifestação em contrário expressa em seus documentos de identidade. Quando a lei transforma os brasileiros maiores em doadores potenciais ela é um avanço pois simplifica muito a doação de órgãos após a morte. Antes da lei, a burocracia atrasava a doação mesmo quando fosse vontade expressa em vida pelo doador e ratificada pela família. Para salvar vidas é necessário rapidez e é isto que a lei pretende. No entanto os médicos são contrários a retirada dos órgãos quando há manifestação contrária da família. A morte é um momento delicado e a doação tem de ser um ato consciente. O respeito a opinião dos familiares mais próximos é o respeito pelo direito do cidadão. O povo brasileiro tem dado sinais de maturidade e não precisa mais ser tutelado pelo estado. Antes da lei, mais de 70 % das famílias consultadas aprovavam a doação de órgãos de seus falecidos quando não era sua própria decisão procurar os médicos para fazer a doação. Este é o espírito do povo brasileiro. Solidariedade. E é isto que os médicos pretendem que continue a ser feito. Pois é isto que os médicos tem feito durante toda a sua vida. É este o motivo profundamente arraigado na profissão do médico brasileiro: Salvar vidas com respeito ao ser humano, com Ética e Cidadania. Dr. Sérgio dos Passos Ramos sergioramos@iname.com ![]() |
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