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Muitas vezes a criança apresenta tais dificuldades, não por "burrice" ou "falta de interesse para com as coisas ou pessoas", mas sim por apresentar um distúrbio chamado de alteração do processamento auditivo central. Os processamentos auditivos centrais, são processos que necessitam de um bom funcionamento das estruturas do sistema nervoso central. Um simples distúrbio leva a criança a não conseguir interpretar o som, já que essa interpretação depende das habilidades auditivas organizadas e estruturadas. Estas etapas são: detecção do som, discriminação do som, reconhecimento, localização da fonte sonora e compreensão do som. Todos ligados às funções cerebrais, como: atenção e memória. A avaliação audiológica convencional (audiometria tonal, vocal, inteligibilidade e imitanciometria) avalia em termos de capacidade auditiva a detecção e transmissão do som. Já a avaliação do processamento auditivo central, analisa eventos acústicos quanto a localização sonora, figura-fundo, memória seqüencial, processamento temporal, fechamento... que são processos realizados mais profundamente, "no caminho do som até o córtex auditivo". A privação sensorial (falta de experiência acústica no meio ambiente) pode gerar uma imaturação das estruturas do sistema nervoso central, alterações neurológicas (doenças neurodegenerativas, alterações causadas por anoxia), problemas congênitos (infecções congênitas: rubéola, sífilis, citomegalovírus, herpes e toxoplasmose), peso de nascimento inferior a 1.500g, alcoolismo materno ou uso de drogas psicotrópicas na gestação, permanência em incubadora, perda auditiva condutiva (a freqüência da otite leva a uma falta de consistência de estimulação, leva a distorção da mensagem e prejuízo do desenvolvimento da audição, da fala e da linguagem) e perda auditiva neurossensorial nos primeiros anos de vida. São fatores de risco para gerar uma alteração do processamento auditivo central.
Nas crianças normais as habilidades envolvidas no processamento auditivo central desenvolvem-se em paralelo A integração das informações sensoriais auditivas com outras não auditivas é o occipital, parietal e frontal. Mais especificamente, o complexo olivar superior e o córtex auditivo são estruturas do sistema nervoso central responsáveis pela localização sonora. A responsável pela atenção ao som é o colículo inferior e pela memória para sons em seqüência e discriminação de padrões temporais é o córtex. As sugestões para terapia fonoaudiológica para uma DPAC é consciência fonológica com apoio da leitura, análise e síntese fonêmica, compreensão de linguagem e memória seqüencial para sons verbais e não verbais. No momento é possível apenas realizar uma triagem do processamento auditivo central dando o resultado de que será necessário uma testagem do processamento ou um resultado de acertos em todos os testes da triagem. Para a realizarão da avaliação (testagem) se faz necessário equipamentos apropriados.
Fonoaudióloga especializada em psicomotricidade e audiologia clínica - CRFa. 7209 - RJ e-mail: marquete@uol.com.br ![]() |
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