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Correio Eletrônico

Transplante de fígado e hepatite C
7/3/2003

Caro Doutor:

Estamos lhe escrevendo na expectativa de que o Sr. possa nos ajudar a encontrarmos, na UNICAMP, os caminhos mais ágeis para os transplantes de fígado. É que uma pessoa muito querida nossa é portadora, há algum tempo, de HEPATITE C e seu quadro piora a cada dia. A medicação está fazendo efeito, mas percebe-se nitidamente que dia a dia o quadro piora e os remédios não surtem o efeito desejado e seus exames laboratoriais indicam níveis de irregularidades cada vez maiores.

Não temos a ilusão de que o caminho seja curto, mas gostaríamos de que, dentro de suas possibilidades, o Sr. nos auxiliasse e indicasse qual o caminho ou caminhos que devemos seguir para abreviar nosso sofrimento e conseguirmos chegar à mesa de cirurgia para o inevitável transplante de fígado.

Por favor considere nosso pedido (devem haver muitos, imagino...) e nos responda ok ? por favor e Deus lhe abençoe...

Renato

Resposta

Caro Renato.

Lamento o que está acontecendo com seu amigo.

Realmente, o caminho não é curto, e é somente um, ou seja, você deve primeiro levá-lo até o Gastrocentro da UNICAMP e marcar uma consulta com a equipe de transplante hepático. Eles avaliarão a gravidade e o colocarão em uma fila nacional de candidatos a transplante, se essa for a indicação. Em seguida, só resta esperar e rezar, pois essa fila é operada segundo critérios objetivos e inflexíveis, não cabendo critério socioeconômico. Não há como agililizá-la, a não ser que o critério médico se agrave nos retornos do paciente. Existem pessoas que esperam dois anos ou mais pelo transplante e existe um número significativo que falece antes de receber. Depende da existència de doadores compatíveis, que, como você sabe, são muito poucos.

A alternativa é operá-lo nos EUA, onde não existe esse tipo de fila. No entanto, uma cirurgia pode custar até 200.000 dólares, sem contar os custos de transporte e estadia, que pode durar um ano ou mais.
Se as pessoas soubessem como é essa via crucis, se disporiam mais a ser doadores.

Boa sorte!

Prof. Dr. Renato M.E. Sabbatini
Professor-Adjunto, Depto. Genética Médica
Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP

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