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Correio Eletrônico

O HPV, Human Papiloma Virus, ou vírus da verruga humana
06/08/97

Olá !
Bem, eu gostaria de maiores esclarecimentos sobre o HPV, pois encontro-me em tratamento juntamente com minha namorada (ambos os casos detectados somente com biópsia), e não temos todas as informações de que gostaríamos de dispor sobre a doença, tais como MEIOS DE CONTÁGIO (nossosmédicos alopatas tem dito que não podemos praticar sexo oral nem tocarmos na vagina e depois no pênis por perigo de contágio, além de já estarmos usando preservativos nas relações) e TRATAMENTOS ALTERNATIVOS (estamos nos tratando com medicina biológica-homeopatia, homotoxicologia e outras vertentes que procuram tratar a doença pelo fortalecimento do sistema imunológico, visto que, pelo menos para mim, o tratamento alopático sugerido se mostrou excessivamente agressivo, pois seria à base de EFURIX, uma pomada esfoliante).

Em especial, o primeiro tópico nos preocupa, já que o meu urologista, aparentemente mais alarmista, alertou até sobre a possibilidade do contágio com o contato da mão de uma pessoa infectada que tenha tocado seus genitais e posteriormente nós tenhamos levado nossa mão aos nossos genitais sem tê-la lavado antes, o que nos faz temer termos que isolar nossas toalhas a fim de evitar o contágio por pessoas que as usem, em especial a filha de minha namorada, uma criança de 7 anos.

Ficarei muito grato em receber informações mais por menorizadas sobre essas formas de contágio e cuidados preventivos para evitar a contaminação, já que tudo o que consegui além das orientações muitas vezes conflitantes dos médicos que consultamos, não foi suficiente para tirar essas dúvidas.

Muito obrigado.


Simone
Prezado Fábio.

O HPV, Human Papiloma Virus, ou vírus da verruga humana, é de fato um grande problema de saúde pública. Antigamente ele era chamado de crista de galo e aparecia de forma visível nos órgãos genitais tanto femininos como masculinos. Como a lesão era grande e feia muitos dos portadores paravam de ter relações sexuais e portanto não transmitiam mais a doença até procurarem socorro médico. O tratamento, nesta época, era com cauterização elétrica ou química das lesões visíveis.

No entanto os vírus sofrem mutações... E o HPV passou a ser um vírus silencioso com lesões apenas microscópicas. Hoje, uma das maneira mais comuns de se detectar o vírus é pelo exame papanicolau, ou citologiaoncótica, também chamado de preventivo de câncer. Este exame ralizado na mulher sugere a presença do HPV e a biópsia o confirma. Nestes casos o companheiro é encaminhado ao urologista e através de um exame, peniscopia, é localizada a área de possível infecção e realizada uma bióps a necessidade de contato direto entre superfícies vivas e suscetíveis.

A recomendação médica é que se usem preservativos até seis meses após a cura completa das lesões.

O tratamento preconizado hoje é a destruição completa das lesões usando meios físicos ou químicos. Os tratamentos alternativos não têm mostrado resultados satisfatórios. Entre os meios físicos estão o laser, cauterização de alta ou baixa freqüência, e crioterapia. Entre os químicos o uso de diversos medicamentos, todos visando destruir a lesão, já que o vírus vive nas células da pele ou da mucosa.

O índice de recorrência é muito alto, ou seja, muitas lesões após o tratamento voltam.

As informações médicas não são tão conflitantes como você fala, apenas existe uma preocupação muito grande em relação a este vírus dada à possibilidade do mesmo estar ligado ao câncer genital.

A única maneira de evitar o contágio com o HPV é o uso de preservativo nas relações sexuais.

Lembre-se: o seu médico é a melhor maneira de tratar a sua doença. Converse com ele, mude de médico caso não se convença, mas não arrisque sua saúde e a de sua namorada fazendo automedicação.

Atenciosamente,

Dr. Sérgio dos Passos Ramos -Ginecologista e Obstetra em São José dos Campos - SP

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