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Câncer de Colo de
Útero
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Dr. João Batista Magro
Filho
Dra. Maria Aparecida Andrés
Ribeiro

Introdução
Muitas vezes, quase sempre
por vergonha, preconceito e medo de realizarem os exames ginecológicos
de rotina, as mulheres colocam desnecessariamente sua saúde em risco
- e portanto sua vida. Entretanto, especialmente no caso do câncer
de colo de útero, este é um sério perigo haja vista
esta doença ser responsável por milhares de mortes em todo
o mundo, devendo ser devidamente prevenida e controlada.
As
mulheres, as maiores interessadas, devem criar o hábito de regularmente,
pelo menos uma vez por ano, realizar os exames ginecológicos - sem
medo ou vergonha do médico e, especialmente, sem qualquer visão
preconceituosa tanto da parte delas próprias como de seus maridos
ou parceiros.
Na atualidade, os exames
ginecológicos devem ser encarados como uma prevenção
de saúde absolutamente necessária para todas as mulheres.
Seus resultados permitem ao ginecologista maior segurança nas informações
a serem repassadas, prevenindo situações mais graves e possibilitando
o efetivo controle do câncer de colo de útero.
No Brasil, em decorrência
do alto índice de mortalidade, esta doença é considerada
grave problema de saúde pública, representando a segunda
causa de morte por câncer. Considerando tal fato e visando diminuir
sua incidência e reduzir as taxas de mortalidade, o Ministério
da Saúde promoveu, em 1999, a primeira grande campanha de exames
para detecção do câncer de colo de útero, conclamando
as mulheres a realizarem os exames preventivos.
O câncer
de colo de útero
Apesar do nome aparentemente
assustador, esta é uma doença de fácil detecção
através de um exame periódico simples, o conhecido exame
Papanicolaou - ou exame preventivo de câncer de colo de útero.
Quando diagnosticada em sua fase inicial, tem grande probabilidade de cura,
daí a efetiva importância da realização anual
do exame ginecológico.
Veja no diagrama abaixo
onde fica o colo do útero:
O útero da mulher
é composto por colo, corpo e fundo. Inicialmente, o tumor limita-se
à região do colo. Sua evolução ocorre vagarosamente,
motivo pelo qual, se atendido a tempo, é curável na quase
totalidade dos casos. Entretanto, se não tratado em tempo hábil,
pode estender-se para todo o útero e outros órgãos.
Atinge predominantemente mulheres na faixa de 35 a 50 anos – porém,
há muitos relatos de casos em pacientes com cerca de 20 anos. Naquelas
com mais de 50 anos, é absolutamente necessária a realização
regular dos exames.
Esta é a imagem normal
do colo do útero no exame ginecológico:
Atenção! O
exame preventivo é a única maneira de identificar o câncer
de colo de útero em seu início, quando pode ser tratado sem
maiores problemas.
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Quando de sua instalação,
o câncer de colo de útero tem a seguinte evolução:
-
displasia - lesão inicial
onde as células do colo sofrem alterações mínimas;
-
decorridos cerca de 3 anos
do surgimento da displasia, instala-se uma forma localizada de câncer
chamada carcinoma in situ;
-
após 6 anos, o tumor
invade a mucosa do útero e torna-se um carcinoma microinvasor;
-
14 anos após o aparecimento
da displasia, o câncer assume sua forma mais terrível espalhando-se,
mediante a ocorrência de metástase, para outras regiões
do corpo.
Fatores que podem
causar o câncer de colo de útero
-
Mulheres com muitos parceiros
sexuais;
-
Mulheres que tiveram muitos
filhos ou muitos partos em condições precárias de
higiene;
-
Mulheres que têm confirmada
a presença de papiloma vírus humano (HPV) e herpes vírus
tipo II;
-
Mulheres que fumam e que há
muito usam pílulas anticoncepcionais;
-
Mulheres idosas, na pós-menopausa,
por volta dos 60 anos;
-
Mulheres obesas;
-
Mulheres que contraem doenças
infecciosas, como herpes e verrugas;
-
Mulheres que praticam ou praticaram
relações sexuais precoces e/ou promíscuas (com diversos
parceiros);
-
Mulheres, na faixa de 30 a
45 anos, que não realizam o exame ginecológico anual - inclusive
as mais idosas.
CUIDADO! Às vezes,
a mulher não apresenta sintoma algum, até o câncer
se agravar. Por isso, é de fundamental importância a realização
do exame Papanicolaou pelo menos uma vez por ano ou Segundo recomendação
médica.
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Possibilidades
de cura
Quando o câncer de
colo de útero é diagnosticado em seu início, é
possível obter melhores resultados no seu tratamento. No mais das
vezes, ocorre a cura. Quando diagnosticado mais tardiamente, faz-se necessário
tratamento cirúrgíco, seguido de radioterapia e quimioterapia.
Como prevenir-se
Evitar promiscuidade sexual
e realizar anualmente o exame Papanicolaou, a partir dos 20 anos ou desde
que inicie suas atividades sexuais, são atitudes fundamentais. Se
a mulher realmente se gosta, tem auto-estima e respeito próprios,
deseja viver plenamente e apreciar a vida, ela deve ter o compromisso de
cuidar permanentemente de sua saúde pessoal, evitando que uma doença
como o câncer de colo de útero, de fácil diagnóstico,
invada seu corpo, prejudique sua saúde e mesmo sua vida.
Nos casos de resistência
por parte de maridos/parceiros sexuais, cabe às mulheres o papel
de esclarecê-los sobre a efetiva necessidade de realização
do exame, não permitindo que preconceitos contra o médico
que as examina sejam responsáveis por um sério agravo à
sua saúde. Portanto, devem conversar com seus esposos e/ou parceiros,
dar-lhes confiança e segurança emocional, alertando-os para
o perigo que o câncer de colo de útero representa. Devem,
inclusive, solicitar seu apoio e presença quando da realização
do exame.
A diminuição,
a médio prazo, da incidência do câncer de colo de útero
e das altas taxas de mortalidade por ele provocadas só será
possível a partir da participação de todos,
homens e mulheres.
É necessário
acabar com o preconceito, o medo e a vergonha que mulheres e homens têm
com relação aos exames ginecológicos.
Sem esses sentimentos,
as pessoas estarão mais conscientes da importância de agir
para a melhoria de sua saúde pessoal e do bem- estar de toda a comunidade.
A saúde é um direito de todos, mas inicia-se com o dever
de se cuidar do corpo e buscar uma vida saudável.
Para Saber
Mais
Reproduzido
com a Autorização do Ministério da Saúde. Comvênio
MS/Fundep – Universidade Federal de Minas Gerais. Programa VIVA LEGAL/TV
FUTURA

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