Dr. João
Batista Magro Filho
O que é uma boa alimentação?Para termos uma nutrição saudável, que previne doenças e ajuda o bom funcionamento de nosso organismo, é necessário nos alimentarmos de forma equilibrada e rica em alimentos variados que contenham proteínas, açúcares, gorduras, vitaminas e minerais - ingeridos de forma balanceada, ou seja, em quantidades suficientes.Cada alimento possui uma cor própria em função de sua composição. Assim, a dica para alimentar-se bem é observar se o prato está colorido: ao comermos alimentos com cores diversas estaremos ingerindo nutrientes variados. No Brasil, o feijão e o arroz compõem o prato básico predileto, haja vista que integram o dia-a-dia da maioria das pessoas. Entretanto, estes não podem ser os únicos componentes: a alimentação deve ser variada com verduras, legumes, cereais, peixes e carnes, bem como ovos, leite e derivados. O que são deficiências nutricionaisNo organismo humano, as deficiências nutricionais expressam a carência dos nutrientes indispensáveis à manutenção da saúde e prejudicam o bem-estar das pessoas, contribuindo para que fiquem doentes com mais facilidade.Em nosso país, vários fatores contribuem para uma alimentação inadequada: devido à dimensão continental, os hábitos e costumes alimentares diferem nas diversas regiões. Muitas vezes, o que as pessoas gostam de comer no Norte não é conhecido e nem aceito no Sul; ou o que é comum no Nordeste não o é no Sudeste. Além disso, os pratos típicos variam até mesmo dentro de um estado e, em geral, as pessoas não cuidam convenientemente das práticas e técnicas de boa conservação, higiene e preparo dos alimentos. Os indicadores da pobreza alimentar no BrasilComo nos demais países "subdesenvolvidos" ou em "desenvolvimento", a pobreza no Brasil é um problema complexo, com origens localizadas tanto no país como no exterior. Assim, a erradicação da pobreza e da fome - responsáveis pelas deficiências nutricionais de grande parcela da população -, uma maior igualdade na distribuição de renda e o desenvolvimento dos recursos humanos são os principais desafios.A água potável e o saneamento básico devem ser direito de todos, pois, ao lado da alimentação sadia, são fatores que efetivamente contribuem para a melhoria da qualidade de vida. Por outro lado, considerando-se que as plantas e os animais de corte integram a alimentação humana, a utilização desenfreada de agrotóxicos nas lavouras deve ser motivo de preocupação constante dos órgãos responsáveis pela fiscalização da saúde. País dos contrastes, apesar de possuir grandes áreas férteis, dispor de muitos recursos naturais e produzir expressiva variedade de alimentos o Brasil enfrenta dois problemas sérios, a desnutrição e a obesidade, ambos responsáveis por deficiências nutricionais . O primeiro, ocorre em função do atraso econômico de várias áreas e também porque as pessoas, por falta de orientação, não se alimentam direito. Nesse sentido, o Ministério da Saúde está atualmente divulgando os itens que compõem uma alimentação saudável. Conhecendo os alimentos ricos em vitaminas, proteínas e minerais, observando as preferências alimentares da comunidade e da região, orientando os grupos e famílias, buscando disseminar hábitos corretos de alimentação e até propondo mudanças na mesma, as equipes de saúde locais - e outros profissionais de saúde e educação, além de diversas organizações não-governamentais com trabalhos na área - poderão contribuir efetivamente para que a população torne-se mais saudável. Debates, reuniões, palestras, discussões e teatro na escola, tendo a alimentação sadia como tema central, são instrumentos adequados para se promover, nas comunidades deste país, uma melhoria qualitativa de vida. Nas orientações a serem transferidas a grupos de alunos, mães, pais e outros, deve-se esclarecer, primeiramente, que comer muito é sinônimo de comer errado, pois o excesso prejudica o funcionamento do aparelho digestivo e faz mal à saúde, pois provoca a obesidade. A alimentação correta deve ser rica, variada e adequada às necessidades de cada pessoa, de acordo com sua idade, estado de saúde e trabalho que realiza. Concomitantemente, é necessário ensinar as crianças e pessoas em geral sobre a importância de se mastigar bem os alimentos. As hortas caseirasVisando suprir parte das deficiências nutricionais que acometem as populações mais carentes, é absolutamente necessário o estímulo de soluções simples como as hortas caseiras, escola es e.ou c.munitárias, já que todas as comunidades têm espaço para o plantio de verduras, legumes e até mesmo plantas medicinais - e seus habitantes dispõem das ferramentas necessárias para tal. A obtenção de mudas e sementes junto às secretarias municipais e/ou estaduais $e agricultura pode fazer com que isto se torne realidade.Aposentados ou desempregad.s, devidamente orientados, poderão cuidar das hortas comunitárias, escolares (com o auxílio dos alunos) e caseiras (prestando orientação às famílias). Regar as plantas, tomar conta, orientar sobre a importância das verduras, legumes e frutas são ações simples, de pouco custo e que melhoram sobremaneira a vida e a saúde de todos. O objetivo principal dessas hortas comunitárias é contribuir para que as pessoas aprendam a alimentar-se melhor, tornem-se mais saudáveis e libertem-se de uma alimentação sempre igual, pobre em nutrientes e, evidentemente, pouco adequada ao bem-estar. Quer um exemplo: você sabia que um pé de acerola é capaz de suprir as necessidades de vitamina C de uma família de cinco pessoas, por um ano inteiro? O que é uma pirâmide de alimentação balanceadaA pirâmide de alimentação balanceada permite que as pessoas observem, nos seus diversos patamares, quais são os alimentos necessários e importantes para que se alimentem melhor e tenham boa saúde.No 2o patamar estão os alimentos reguladores: verduras, legumes e frutas. Ricos em sais minerais, vitaminas e fibras auxiliam a digestão e a absorção de nutrientes, aumentam a resistência contra infecções e promovem o funcionamento do intestino, além de atuar em diversas outras funções orgânicas. No 3o patamar encontram-se os alimentos construtores: leite e derivados, peixes, carnes, ovos, feijão, grão-de-bico, lentilha, soja, etc. Fontes de proteína, constróem e renovam as células do corpo. Agem na formação e conservação de tecidos (cabelos, músculos, órgãos, sangue e pele) e devem compor até 15% do valor calórico da dieta. No 4o patamar situam-se os alimentos energéticos extras: gorduras, óleos e açúcares adicionais (doces em geral e açúcar de mesa). As gorduras e óleos (que não devem ultrapassar 30% do valor calórico da dieta) são encontrados principalmente em produtos como margarina, manteiga, óleo vegetal e azeite de oliva. Fornecem vitaminas A, D, E e K, importantes para o metabolismo. Por terem alto teor de energia, seu consumo deve ser moderado. Todas as pessoas necessitam ter uma boa alimentação, mas as crianças, idosos, gestantes e mulheres que estão amamentando precisam alimentar-se de modo saudável, ingerindo muitas vitaminas, proteínas e minerais. Qual o papel dos nutrientes na qualidade de vidaOs profissionais de saúde e educação devem orientar as comunidades no tocante aos seguintes aspectos:
O que mais é preciso saber sobre uma alimentação saudável
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